A nossa vida, como um barco no mar, anda à deriva em incertezas. Um barco que flutua, vai para onde o vento sopra ou para onde as marés o puxam, para onde o mar quiser! Porém, uma vida com força de vontade, com objectivos, terá um caminho traçado, uma meta a atingir, para cumprir os seus propósitos. E ainda que as marés o puxem e os ventos soprem fortes, o barco apontará sempre para a sua meta; o caminho pode sofrer desvios, mas o destino será sempre o mesmo. E quando os ventos ajudam no percurso? Eu chamo-lhe predestinação…
Osorezu não sabia o que pensar quando chegou ao destino. Não muito longe do sítio assinalado pelo segundo Tsuchikage, avistava-se uma montanha relativamente alta.
- Finalmente…- pensou.
Estava muito nervoso, mas sorridente. Suas pernas cambaleavam em cada passo que dava em direcção ao monte, as suas mãos suavam e o coração batia cada vez mais rápido. O momento da verdade chegava agora… Apenas no cume saberia o que fazer, o jovem teria de subir a montanha para que tudo terminasse.
Dizem que os últimos metros de uma grande viagem são os mais difíceis. Não parecia assim para Oso. Ele estava desejoso de chegar ao topo, estava curioso, estava impaciente. Cada passo era uma tortura para ele, por isso fazia os possíveis para chegar lá cima o mais depressa possível. Se durante toda a viagem ele tinha caminhado com calma, agora corria como um louco rumo aos céus. Uma aura de satisfação emanava dos rastros do velocista.
À medida que subia mais alto, a vegetação tornava-se mais densa. As árvores, muito raras, tornavam-se maiores e maiores, o mesmo acontecia com as ervas e os pedregulhos; o ar tornava-se mais húmido; a água abundava, havia rios, riachos, nascentes, viam-se salpicos por toda a parte. Já quase no alto, as árvores, cobertas de musgos, chegavam a ter 30 metros de altura; as plantas rasteiras tinham folhas exageradamente largas, em que o jovem se podia apoiar sem grande cuidado; havia uma nova espécie de «árvores» que aparentemente produziam água como uma nascente; o terreno não era acidentado e era muito pouco rochoso, as poucas rochas que havia eram estreitas e muito altas, a maior parte coberta de musgo. E depois apareceu um aglomerado de menires de cor escura e em forma de sapo.
Osorezu parou finalmente para analisar as estátuas de sapos. Faziam mais de meio cento, dispostas em semicírculo e voltadas para uma cascata. Demorou uns minutos a recuperar o fôlego. Só depois é que se apercebeu que estava em frente ao que parecia ser uma cascata de óleo. Admirado, foi inspeccionar de mais perto. Via o seu reflexo no estranho óleo.
Sorriu. Depois, foi vendo o seu sorriso encolhendo e os seus olhos dilatando à medida que se apercebeu dos sons à sua volta. Ouvia coaxar! Era definitivamente o som de uma população de sapos. O ninja caiu de joelhos, estupefacto. O som era definitivamente audível a mais de cem metros dali, não queria acreditar como só agora é que se tinha apercebido da melodia… Mas mais importante que isso, as estátuas, o rio de óleo, o som,… esta tinha de ser a terra dos sapos!
- Não pode…
Um jovem sapo que passava por ali, ouviu-o, e, meio que a medo, perguntou-lhe:
- Quem és tu?
Osorezu entrou em pânico. Era um sapo enorme! Era talvez da sua altura, mas muito mais largo. Foi aqui que “a ficha caiu”. Isto era Myoboku. Isto era a verdadeira terra dos sapos. Isto era o sítio onde habitavam todos os legendários sapos que combatiam ao lado do Hokage!
- O meu nome é Osorezu, sou um ninja de Konoha – respondeu tremendo de medo e excitação.
- Sou Gamatatsu. Como vieste até aqui?
- Eu cheguei aqui por acaso – disse assertivamente o jovem “humano”, cada vez mais calmo com o decorrer da conversa.
- Por…Acaso…?!
- AHAHAH! S-Sim!
O sapo ficou estático, pasmado, a olhar para Oso sem saber muito bem se devia acreditar nele. Depois de alguns segundos ele tornou:
- Trazes snacks contigo?
O rapaz foi apanhado de surpresa, não esperava uma pergunta daquelas. Depois de se recompor, tira da sua mochila um chocolate. O jovem sapo tirou-lho da mão sem cerimónias e comeu-o de uma vez.
- Vem comigo – disse o sapo.
O jovem seguiu-o de imediato, estava fascinado com tudo isto. Gamatatsu guiou o ninja sem sexo para mais alto na montanha. Aparentemente os sapos viviam dentro das grandes “árvores” cónicas que libertavam água no seu cume. À parte disso, os anfíbios pareciam viver numa sociedade muito semelhante à dos humanos. Havia algumas dezenas de casas, não demasiadas, organizadas por aglomerados aqui e além. O sítio onde queriam chegar não era longe, não deu por isso muito tempo para que o pequeno shinobi analisasse muito mais. A casa onde entraram era relativamente espaçosa, fresca, escura, com aspecto de templo e ao fundo, ocupando quase um quarto da habitação, encontrava-se sentado um sapo gigante, uma mão do mesmo animal era talvez do tamanho do jovem Oso. Ele examinou o gigante de alto a baixo. Para além de grande, parecia ser muitíssimo velho, era castanho com a barriga branca, tinha uma cartola, um sorriso permanente e os olhos semicerrados. Manteve-se estático durante algum tempo, chegou a pensar que o animal estivesse morto. Mas não, assim que se aproximou da besta castanha, esta disse:
- Finalmente chegaste…
Não sabia o que havia de responder. Ficou inerte na tentativa de perceber aquelas palavras. O ar de confuso do menino era mais do que evidente.
- Previ a tua chegada há muitos anos, ninja sem sexo. É impossível para um qualquer humano subir esta montanha sem que saiba o caminho secreto ou seja invocado por um de nós, mas tu… - parou um pouco – tu não és um qualquer humano.
De repente, Osorezu acordou. Tudo tinha sido um sonho, ele encontrava-se deitado na sua cama de hotel em Otafuku Gai…
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Ter maio 28, 2013 7:07 pm
