T3 - Treino rumo a Myoboku

O sol já raiava com alguma intensidade quando Osorezu saiu da sua tenda. Tinham passado 3 dias desde que tinha abandonado Konoha em busca de Myoboku, a terra dos sapos, e desde então ainda não tinha treinado. Como tal, e porque o espaço onde tinha acampado era mais do que convidativo, decidiu dedicar o dia todo ao seu treinamento ninja. O espaço junto ao rio era verde, amplo e bem aberto; no entanto, à medida que se afastava das margens dava de caras com florestas densas, altas e escuras. Havia também ali perto uns edifícios abandonados.
Como seria de esperar do jovem ninja, ele fez questão de desenhar um plano de treino para a sua manhã. Com um raciocínio rápido, sem grandes reflexões, decidiu aproveitar as árvores grossas do mato para treinar a sua habilidade com as armas. Apertou as suas ligaduras dos braços e antebraços, ajustou as suas Kakkou no Yaiba de modo a ficarem confortáveis e dirigiu-se para o meio da floresta. Ao encontrar uma pequena clareira parou e levou as mãos ao chão. Arrastou os dedos da mão direita recolhendo algumas pedras que atirou contra as árvores em redor com força suficiente para que a sua casca ficasse ligeiramente danificada, o suficiente para distinguir as plantas em que acertou das que não.
Num ímpeto, o jovem lançou-se velozmente rumo à árvore mais próxima. Abordou-a pelo lado esquerdo efectuando um gancho com o seu braço direito e terminando com um golpe perpendicular ao primeiro com a sua lâmina esquerda. A sua lâmina de pulso tinha rasgado a crosta da planta por toda a marca antes feita por uma das rochas. Muito rapidamente dirige-se ao próximo alvo que golpeia freneticamente com os dois braços causando 5 golpes num curtíssimo intervalo de tempo. A seguir a essa, passa a correr por entre mais duas árvores deixando nelas 2 profundos golpes sem que alguém o visse sequer mover as lâminas. De seguida, concentrando chakra nas palmas dos pés, apoia-se num tronco para ganhar impulso e saltar mais alto para cair por de trás do seu último “target”. Num movimento rápido e impiedoso, Oso “decapita” o mastro à altura da marca.
Estava demasiado desgastado para o pouco treino que tinha decorrido. O suor escorria-lhe pela face como a água corria ali perto. Suas lâminas não foram feitas para brincar com toros grossos de madeira, mais que para golpear, elas tinham sido feitas para “espetar”. O ninja tinha que reformular o seu plano de treino…
- E se ao invés de madeira, eu alvejasse algo mais “penetrável”? – pensou o jovem guerreiro.
Muito perspicazmente, apercebeu-se de que o ambiente à sua volta era rico em folhas, material este que batia certo com o que procurava. Então, concentrou a sua força em golpes sucessivos a algumas árvores próximas umas das outras de forma a que caíssem folhas suficientes para dificultar a visão e raio de acção do pequeno. Assim que as folhas começaram a cair, o jovem golpeou o ar continuamente para que as folhas ficassem presas na lâmina. O seu objectivo era não deixar cair folhas ao chão. Não era fácil… Para além de requerer muita atenção por parte de Osorezu, também era necessário que ele desse cortes precisos, exactos e sobretudo rápidos, para não falar na sua posição e movimentação; isto é, era o treino perfeito para um assassino.
- Vamos lá fazer umas espetadas de folhas!
Dito e feito. O jovem concentrou chakra nos seus punhos e atingiu com a sua máxima força os alvos, fazendo com que caíssem ainda mais folhas do que o normal. Apercebendo-se do seu erro, num gesto rápido começou a concentrar o chakra nas palmas dos pés para caminhar verticalmente nos troncos, saltando agilmente de uns para outros. «Se pudesse começar a fazer as “espetadas” mais alto, teria tempo para cortar ainda mais folhas». Entre os saltos acrobáticos, e em pleno voo, Oso golpeava aceleradamente as folhas em seu caminho. De novo no chão, fazia o mesmo, sem deixar escapar nenhuma mancha verde.
Repetiu o processo várias vezes, até despir (literalmente) uma parte significante da floresta envolvente. Estava de rastos! Aquele sim, era um treino à sua altura. Os braços doíam-lhe, as pernas cambaleavam e a cabeça lutava para se manter em pé. Tinha-se esforçado imenso na sessão da manhã e por isso atirou-se ao rio para recuperar. Depois do banho, era hora de fazer o almoço. Aproveitou os enormes montes de folhas para fazer uma fogueira, e, enquanto punha alguma água a ferver, atirava legumes ao ar que cortava agilmente com os sabres dos seus pulsos e adicionava à fervura.
Enquanto os cozinhados se preparavam, ele dirige-se à sua mochila donde tira o livro azul: “Kuchiyose no Jutsu”. Regressa à fogueira, onde se senta e pousa o livro aberto à sua frente. Seguindo as indicações do livro, o ninja formula selos até mecanizar os movimentos. O almoço estava pronto.
- Sopinha é o verdadeiro segredo da força de um shinobi!
Ele tinha razão! Assim que terminou a sopa, o ninja sentia-se completamente revitalizado. Estava pronto para a segunda parte do seu treino, que, ao contrário da primeira, se realizaria no rio.
Concentrando chakra nos pés, começou a caminhar sobre a água até ao que parecia ser um moinho, não muito longe. Assim que se aproximou o suficiente pode perceber que sim, era um moinho movido a água, abandonado e em muito mau estado. As paredes do edifício em si pareciam estáveis e permaneciam no devido lugar, porém, o telhado tinha caído e so lado de fora, algumas das pás movidas pela corrente estavam danificadas.
- Posso treinar a força dos meus jutsus de água usando as pás do moinho – pensou. Se desimpedir a roda do lado de dentro, esta pode voltar a rodar.
Assim o fez. Saiu apressadamente das águas para solo firme e entrou na edificação. Estava um caos! Havia telhas e traves por todo o lado, o que tornava difícil o acesso à roda, que, como temia, estava bloqueada. Mas Oso tinha um plano. Concentrou algum chakra, formulou os selos necessários e gritou:
- Mizu Bunshin no Jutsu!
Um clone exacto do shinobi apareceu ao seu lado, e, juntos, agarraram numa das traves que barrava o caminho e tentaram levantá-la. Como era muito pesada exigiu muita força dos 2. De seguida dirigiram-se às mós contornando os restantes obstáculos caminhando pelas paredes e tecto. A madeira que as ligava à roda e suas pás estava entalada por detritos. Ambos, Osorezu e o clone, soquearam e pontapearam os mesmos detritos na esperança que se desfizessem, o que não aconteceu. Tentaram depois desatascá-los. O original equilibrou-se horizontalmente num poste e puxava com toda a sua força pelos resíduos, enquanto o falso empurrava, a partir do chão, na mesma direcção. Também não adiantou.
Estava na altura de ver se a sua perícia com as lâminas tinha melhorado. Em vez de tentar desimpedir a barra de madeira que estabelecia a ligação, tentaram agora quebrá-la uns centímetros ao lado do sítio em que estava presa. Com vários golpes de destreza por parte dos ninjas, os 25 centímetros de madeira maciça foram trespassados e acabaram por ceder, num corte limpo de uma das lâminas.
O problema estava resolvido. O clone desfez-se em águas e o verdadeiro voltou para o rio, concentrando o chakra nos seus pés de forma a colocar-se de frente para a roda. Mais de metade das pás estavam danificadas o suficiente para que a água não as movesse. O rapaz retirou estas e desfê-las com golpes secos mas poderosos das suas mãos. Às restantes, colocou-as intercaladamente na roda para que ficassem uniformemente distribuídas.
Novamente de frente para a roda, de costas para a nascente do rio, o ninja sem sexo concentrou o máximo de chakra na sua boca. O seu Teppou tinha que sair com o máximo de força possível. Uma rajada de água saiu de sua boca com a direcção de uma das pás. Tinha força suficiente para fazer mover a roda até à pá seguinte. O ninja manteve o jacto constante e tenso, de forma a que desse uma volta completa. Depois da primeira volta, à medida que girava, a roda afastava-se mais e mais da parede, até que por fim caiu. Oso interrompeu o fluxo de água, já muito fatigado e quase sem chakra
- Ah! Depois de tanto trabalho…
O seu brinquedo estava arruinado, e embora quisesse continuar o treino, não tinha condições nem forças para o fazer. Recolheu-se, por isso, à tenda e passou o resto do dia a praticar os selos do livro azul.

Reservo

Pontuação:

Taijutsu: 0,5 + 1 = 1,5
Ninjutsu: 7 + 0,5 = 7,5
Genjutsu: 1
Kenjutsu: 6,25 + 1,25 = 7,5
Selos: 2,5 + 0,25 = 2,75
Trabalho em Equipa: 0

Força: 1,25 + 1 = 2,25
Agilidade: 7,5 + 1,5 = 9
Resistência: 2 + 0,75 = 2,75
Concentração de Chakra: 3,5 + 1,25 = 4,75
Inteligência: 6,75 + 0,5 = 7,25

Total: 8/8

Observações: Muito bom treino, adorei do inicio ao fim. Aproveitaste muito bem na agilidade e na concentração de chakra, especialmente, e isto com uma boa escrita, e bons métodos de treino, tudo somado dá 8 Parabéns.
Só vou avisar é uma coisa:

Citação :

"...deixando nelas 2 profundos golpes sem que alguém o visse sequer mover as lâminas."

, cuidado com a coeirência, pois as tuas habilitações ainda não te permitem este movimento de lâminas super rápido, irias precisar de muito mais kenjutsu e agilidade.