Rumo à Montanha II

O plano de viagem era o seguinte: caminharia em direcção a Otafuku Gai, depois Crater City, por fim Port City, onde caminharia junto à costa rumo à Montanha, depois da Naruto Ohashi. A estimativa era de cerca de 400 km, andando calmamente, a 5 km/h, e suspendendo a viagem frequentemente por força de outras obrigações, chegaria ao sopé da montanha em pouco mais de 20 dias. Não havia pressas… O jovem tinha intenções de visitar livrarias e bibliotecas, onde as houvesse, cozinhar a sua própria comida e, claro está, treinar durante o percurso.

O Hokage, porque se vivia em tempos de paz e poucas missões, deu permissão ao jovem para abandonar a vila sozinho. Osorezu estava pronto para partir de Konoha, com ele levava mantimentos e moeda suficiente para três meses fora de casa. Estava muito entusiasmado. Embora não fosse a sua única vez fora da vila, seria a primeira sem acompanhamento, com liberdade suficiente para poder visitar todo e qualquer lugar que lhe suscite interesse e comprar o que bem entendesse. No entanto, mostrou-se mais do que responsável e capaz ao traçar a sua própria rota, metas e horários. Estava preparado.

Numa manhã em que o sol brilhava singularmente forte, o jovem ninja atravessou os portões da aldeia oculta da folhagem com um enorme sorriso na cara. Seus passos eram firmes, estava seguro de que esta era a escolha certa e não se arrependia do que deixava para trás. Enquanto caminhava, olhava de soslaio a paisagem que se perdia nas suas costas e prometia-lhe regressar mais forte. Oso estava verdadeiramente feliz...

A primeira paragem era Otafuku. O rapaz tomou um trilho de terra batida com o sentido da primeira cidade. Estava um tanto quanto impaciente, a ânsia rapidamente lhe tomou o lugar da calma e segurança. Queria tanto chegar rapidamente ao primeiro destino, que lhe levou pouco mais de 2 horas a avistar as primeiras casas da urbe. Era uma grande cidade, maior que Konoha, e muito bem estruturada. As casas altas e ligadas com candeeiros de papel pintados, os cartazes publicitários berrantes, o movimento delirante nas ruas, os risos histéricos das multidões,… toda esta animação transmitia um calor confortável e encantador. Os olhos do rapaz absorviam tudo quanto podiam, ele estava maravilhado com este ambiente frenético. As cores da cidade tingiam-lhe a alma e a corrente das ruas varria-lhe o corpo.

A chamada cidade das mulheres caseiras era conhecida pelos muitos hotéis e pelas muitas avenidas dedicadas ao prazer: desde a diversão nocturna, nas ruas onde Jiraya passava os seus dias, até à diversão mais jovem, com parques de diversão. No entanto, o menino de Konoha não parecia demasiado interessado nisso, ele procurava outras coisas…

Chegado à cidade procurou onde comer. Não fazia questão de falar com as pessoas, primeiro porque não tinha confiança com elas, depois porque não queria perder tempo e, claro, porque não era uma pessoa muito sociável. Foi-lhe difícil adaptar-se ao ritmo daquelas rua, mas não lhe foi difícil encontrar, sozinho, algo que abrisse o apetite. Comeu rapidamente num dos primeiros restaurantes que viu, pagou e foi à procura de um sítio para ler enquanto fazia a digestão.

Entrou numa livraria, próxima da avenida de restauração, que lhe tinha sido referenciada por um dos livreiros de Konoha. O espaço era calmo e agradável, as estantes estavam repletas de livros, uns familiares, outros nem tanto. Planeava em comprar apenas um livro, se bem que a sua vontade era de levar todos quantos conseguisse carregar. Pediu conselho ao dono da loja, dizendo-lhe que queria ler algo durante uma viagem relativamente longa.

- Viagem, hein? Para onde caminhas meu jovem?

Osrezu hesitou… Mas acabou por responder monte Myoboku. O senhor franziu os olhos e olhou-o seriamente. Quando percebeu que não era brincadeira, dirigiu-se a uma estante ao fundo da loja, retirou um livro azul e entregou-o ao rapaz. Lia-se na capa «Kuchiyose no Jutsu». O ninja deu uma gargalhada, tomou o gesto do homem como uma piada. Ainda assim, pagou o livro e veio-se embora. É óbvio que Oso não esperava mesmo chegar ao monte, mas o facto de o livreiro acreditar que ele seria capaz, fê-lo reconsiderar. Ainda não tinha pensado o que fazer no caso de encontrar efectivamente a terra dos sapos, mas esse era, ainda que improvável, um acontecimento possível.

Fora da loja, já tinha começado a anoitecer. A cidade era ainda mais bela no escuro. Os candeeiros, agora acesos, coloriam as paredes e as gentes que, agora mais calmas, permaneciam igualmente alegres. O aventureiro tinha que procurar um hotel para passar a noite, tarefa muito fácil dada a quantidade de hotéis existentes. Osorezu teve o cuidado de escolher o mais barato, não havia necessidade de luxo. Ele não estava de férias, estava em treino!

Subiu depressa para o seu quarto e deitou-se pensando na eventualidade de encontrar o monte. Adormeceu. Há um longo dia pela frente…