Um ser humano deve agir de acordo com sua consciência. E para isso, ele precisa de ampliar esta consciência de todas as formas possíveis: estudar, observar, realizar, questionar, afirmar, ler, escrever… É por isso que Osorezu passa grande parte do seu tempo na biblioteca, para crescer como pessoa e para crescer como shinobi. Para ele, o estudo é algo do quotidiano, algo indispensável para manter eficazmente a disciplina e o foco. Isso explica como ele leu uma fracção significante dos livros das bibliotecas de Konoha.
O menino estudioso tinha já desenvolvido uma certa simpatia com os bibliotecários e alfarrabistas da vila. Todos o conheciam relativamente bem, uma vez que ele era dos poucos que amava verdadeiramente os livros tanto quanto eles mesmos. Tinham-lhe tanto apreço que era comum encomendarem livros do interesse do jovem propositadamente, única e exclusivamente para seu deleite. Por exemplo, um livreiro, de nome Mikase, fez questão de pedir emprestado um livro escrito pelo Nidaime Kasekage em pessoa. O livro sobre jinchurikis foi escoltado desde Sunagakure, para ser lido quase exclusivamente por Osorezu.
Numa das regulares visitas às bibliotecas da aldeia, o rapaz foi abordado por um alfarrabista. Este dizia estar na posse de um livro antigo, mandado escrever pelo Segundo Tsuchikage, onde constava uma análise geográfica extremamente detalhada e ampla realizada a propósito da guerra contra Kirigakure. A julgar pelo entusiasmo do homem, parecia ser mesmo verdade e, intrigado, Oso acompanhou-o para examinar o dito livro.
Chegado à loja do aficionado de livros, foi imediatamente inspeccionar o tal livro. Mais que um livro, era um conjunto de pergaminhos maltratados mas incrivelmente bem conservados. Aparentemente o velho homem conseguiu a relíquia de um pobre mercante que não saberia do valor dos documentos. O livreiro acreditava piamente serem legítimos, a julgar pelo papel, conteúdo e marcas distintivas.
O pequeno rapaz mergulhou nos mapas, estudando-os com cuidado. As representações geográficas estavam feitas com muito rigor e abrangiam áreas que lhe eram desconhecidas até ao momento. Fazia sentido que os mapas estivessem ridiculamente detalhados uma vez que Mu era um excelente ninja sensorial e óptimo estratega. Para além do território dos cinco grandes países ninja, constavam no mapa todos os territórios neutros como Oni no Kuni ou Numa no Kuni, ilhas e ilhéus, e ainda zonas perfeitamente desconhecidas aos olhos de Oso, para lá de Ishi no Kuni. Mas os olhos do jovem estudante fixaram-se num só ponto do mapa.
No meio de tantos conceitos novos, havia um que o tinha perturbado: o monte Myoboku. Já tinha lido sobre o monte dos sapos em alguns livros, e este era tido como um lugar sagrado e secreto, permitido apenas aos da sua espécie e aos seus aliados. Não obstante, ele estava referenciado nos mapas de Mu. Isso implicava que pelo menos um shinobi de Iwagakure tivesse assinado um contrato de aliança com o rei dos sapos e o tivesse violado, declarando a exacta localização do santuário. No entanto, os únicos ninjas referenciados com ligações aos sapos eram provenientes de Konohagakure. Algo não fazia sentido… Seria o segundo Tsuchikage tão poderoso assim para sentir locais remotos e míticos?
Não quis expor o seu dilema ao novo dono dos mapas. Decidiu pesquisar ele mesmo um pouco mais acerca do assunto. Pediu uns favores aqui, outros favores além; revirou arquivos, registos de fichas ninja, o bingo book… Apenas para depois de alguns meses, confirmar que de facto nunca existiu nenhum ninja do país da terra com afinidade a sapos. É neste momento que começa a duvidar da autenticidade dos mapas. Porém, com receio de parecer ingrato, não teve coragem de confrontar o alfarrabista com os factos. Ao invés disso, decidiu comprovar por ele mesmo a veracidade da localização mapeada.
Depois de analisar novamente os mapas, planeou uma excursão ao suposto local da montanha. A viagem duraria cerca de um mês, caminhando. Oso encarava esta viagem relativamente longa como um treino que tinha de ser completado em prol do conhecimento.